UFSCar ganha ouro em competição do MIT com proposta de repelente

Estudantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) ganharam medalha de ouro na maior competição de biologia sintética no mundo, organizada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), com a apresentação de bases teóricas e os primeiros passos experimentais para um repelente atóxico, ativado pelo suor.
A competição, promovida pelo International Genetically Engineered Machine (iGEM) em Boston, nos Estados Unidos, é vista pelo professor Francis de Morais Franco Nunes, do Departamento de Genética e Evolução da universidade, como uma forma de estimular o contato dos alunos com pesquisas de ponta e incentivar o trabalho em equipe, e os estudantes concordam com a visão.
“É importante na formação, aquisição de conhecimento científico e de contatos internacionais”, disse o mestrando Augusto Furio Balula, membro da equipe. “Além disso, a medalha de ouro mostra que a ideia do nosso projeto foi um sucesso e que podemos competir com grandes times de outros locais do mundo”.
Sucesso – Integrante do grupo vencedor, formado por 12 estudantes de diferentes cursos, o mestrando Célio Dias Santos Júnior contou que a proposta surgiu da necessidade de encontrar uma solução para a epidemia de dengue e de buscar um produto menos tóxico do que os disponíveis no mercado.
“Os estudos se iniciaram em janeiro, com a concepção teórica de um circuito genético capaz de produzir limoneno em bactérias, e a parte experimental se iniciou em junho”, relatou, explicando que o limoneno é encontrado em diversas espécies de plantas cítricas e que tem efeito repelente já conhecido sobre diversos insetos, inclusive sobre o Aedes aegypti.
No novo produto, a ideia é usar isso de forma específica. Pensado para ser desenvolvido em formato de creme, ao entrar em contato com o suor do corpo humano, o repelente ativaria bactérias capazes de produzir o limoneno, afastando os insetos. “Concluímos passos iniciais, que nos indicam a viabilidade do projeto. Estamos agora buscando apoio para continuá-lo”, afirmou Júnior, completando que o grupo conta com a ajuda da Fundação de Apoio Institucional (FAI) da UFSCar na procura por investidores.
Passos – O projeto do grupo consiste em diferentes módulos, incluindo um circuito genético capaz de produzir limoneno e outro que garanta a vida das bactérias durante a produção da substância e sua morte quando já tiverem cumprido seu papel, evitando que se espalhem no ambiente.
“Outro passo importante para o futuro do projeto é a produção de protótipos que serão testados quanto à sua eficiência e segurança. Os procedimentos de testes no Brasil dependem de órgãos como a Anvisa e são razoavelmente longos”, disse Célio, completando que a expectativa, após essa fase, é ter um produto adequado para a comercialização.
O que é biologia sintética? – Nas palavras do professor Nunes, a biologia sintética “revolucionará a humanidade nos próximos 50 anos”. Mas que área é essa? “A ideia é fazer com que organismos vivos sejam capazes de realizar tarefas celulares para as quais não estão naturalmente programados”, disse.
“Ou seja, nós usamos biologia sintética para criar circuitos genéticos artificiais e programar uma célula a desempenhar tarefas de nosso interesse e que sejam para o bem da sociedade. Por exemplo, bactérias que produzem energia, que fazem diagnóstico de doenças, que produzem medicamentos, que despoluem o ar e os rios, que produzem alimentos”, explicou.
“Bactérias são mais fáceis de serem manipuladas geneticamente, mas já existem pesquisas em biologia sintética que usam organismos mais complexos, como, por exemplo, algumas plantas”, adiantou, convidando quem quiser saber mais a acessar o site do projeto do grupo. (Fonte: G1)

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