'Aedes aegypti deve ser considerado inimigo público', diz infectologista

A ligação entre o aumento de casos de microcefalia no Brasil com o mosquito aedes aegyptireforçou o papel de inimigo que o transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus tem. Para o infectologista Kelson Veras, o mosquito deve ser considerado atualmente o maior inimigo público no país e declarou temer que a epidemia afaste os turistas do Nordeste.
“A zika é uma doença epidêmica, de modo que as mulheres grávidas durante este período correm o risco dos seus fetos terem má formação. A microcefalia é a complicação mais grave pela infecção do vírus durante os primeiros meses da gravidez, enquanto outras anomalias podem ser percebidas somente quando a criança nasce. Devemos declarar guerra ao aedes aegypti“, afirmou.
A infecção por zika é mais grave nas mulheres em gravidez inicial e nos três primeiros meses de gestação, que é quando o feto se forma. “A microcefalia é diagnosticada na ultrassom, mas as outras lesões que a acompanha só se têm certeza quando a criança nasce. É importante alertar que o quadro não pode ser revertido, a mulher vai constar a anomalia no bebê e enquanto a isto, não pode ser feito nada para evitar que a infecção pelo zika evolua para esta má formação do cérebro”, explicou.
O médico disse ainda que esses registros são apenas o início e que isso vai acontecer todo ano. “As grávidas podem ter fetos com microcefalia por outros motivos, como rubéola e casos de infecções, que são eventuais. Já quando se tem uma epidemia de um vírus que causa microcefalia, isto significa que todo ano teremos uma leva de bebês com microcefalia, que seria apenas a ponta do iceberg, porque o problema de fato é maior e mais grave. Teremos várias crianças com problemas de cegueira, surdez, má formação cardíaca e outros déficits neurológicos”, contou.
A estudante Caroline Ribeiro, 16 anos, está grávida de oito meses e após saber do surto de microcefalia, ligado ao zika, ela e a mãe decidiram procurar ajuda médica. “Fiquei com medo de acontecer algo com o meu bebê e dele nascer com algum problema. Nunca tive a zika, o que aumenta minha preocupação, mas na última ultrassom o médico avaliou que estava tudo normal”, declarou a jovem.

Apesar da avaliação médica, a agricultora Francisca Sousa Ribeiro redobrou os cuidados para a filha grávida ficar longe do mosquito. “Assim que soubemos do aumento de casos de microcefalia, pela televisão, procuramos o médico para ele avaliar a criança. Perguntamos sobre esta anomalia, porque até então não sabíamos o que era. Depois passei a dobrar a atenção em casa e não deixar água parada”, comentou.

Lucijiane Gomes Lima, de 26 anos, está grávida de sete meses de gêmeas. A mulher está na sua primeira gestação e revela ter ficado preocupada com os casos de microcefalia.
“Viemos acompanhar o crescimento das meninas, mas antes de tirar nossas dúvidas sobre o caso, o médico mediu a cabeça delas na ultrassom e avaliou que estava no tamanho certo. Fiquei mais aliviada e feliz por elas estarem bem”, comentou rindo ao sair do consultório.
O obstetra Anatole Borges aconselha que as mulheres não engravidem agora devido ao surto de microcefalia e porque a medicina ainda não sabe as reais associações da anomalia com o vírus da zika. Para as mulheres grávidas, o médico aconselha alguns cuidados.
“As grávidas devem ter atenção como: uso de roupas longas para evitar a picada do mosquito, proteção de telas no quarto, evitar viajar para lugares chuvosos e o uso de repelente. O que temos ainda sobre a zika vírus influenciar a microcefalia é muito inconcluso, deve ser investigado e o principal conselho é procurar um médico”, comentou.
Zika
A zika vírus só se pega uma vez. Os principais sintomas são: empolação (machas vermelhas pelo corpo), dores nas juntas, alguns casos conjuntivites e febre leve.
Fonte: G1

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