Moscas invadem áreas rural e urbana e atacam animais em Planalto

Moradores de Planalto (SP) reclamam da infestação de moscas que estão prejudicando a pecuária e atrapalhando a vida da população. Se no campo a mosca do estábulo, como é conhecida, ataca o gado, na área urbana quem sofre são os animais domésticos.
A mosca do estábulo, também conhecida como mosca do bagaço, se alimenta de sangue e o que diferencia da mosca doméstica é que ela pica e a picada causa feridas, além da dor.
Os moradores falam que a situação piorou muito nos últimos meses. “Tem de dar um jeito porque de uns meses para cá aumentou demais, o dia que está quente não tem como ficar na rua, tem de ficar se batendo toda hora”, afirma a operadora de crédito Renata Toloi.
Nas fazendas, os produtores não sabem mais o que fazer. Os animais estão perdendo peso e muitos bezerros já morreram. “A situação é pior do que os outros anos. Está gerando estresse no gado, eles não engordam, não estão se alimentando e alguns estão morrendo por desnutrição mesmo”, afirma o criador Leandro Braido.

A região de Planalto é cercada de plantações de cana de açúcar e tem duas usinas que nós últimos anos, segundo os criadores, vem despejando muita vinhaça no solo e o produto fica empoçado. A vinhaça é o resíduo da fabricação de etanol e é usada como adubo.A TV TEM tentou falar com as duas usinas de Planalto, mas nenhuma delas respondeu sobre esse descarte de  vinhaça.
A engenheira agrônoma Isabela Zocal, da Casa de Agricultura, diz que as usinas são responsáveis pelo aumento das moscas e que toda safra é assim. “Eles aplicam a vinhaça e não aplicam em quantidade correta. Essa grande quantidade de vinhaça e a palha da cana é o ambiente ideal para as moscas se proliferarem”, diz a engenheira. A prefeitura de Planalto disse que protocolou na Cetesb a reclamação dos produtores rurais.

As moscas não atacam só os animais no curral, mas também animais que ficam longe dos locais, como os bichos de estimação. A Renata já tentou de tudo para acabar com o sofrimento do Tayson, um cão da raça blue hiller. A orelha dele está cheia de feridas e as moscas não dão sossego. “Perdeu toda a orelha porque as moscas atacam, tivemos outro cachorro que tive de levar embora daqui porque a orelha estava comida”, afirma.
O administrador de fazenda Isaias Martins também não aguenta mais ver a cadelinha dele. As moscas estão acabando com a orelha dela. “Ela emagreceu, as moscas não a deixam comer. A gente reclama e ninguém faz nada. Pessoal passa veneno, mas não adianta nada”, diz.
A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, a Cati, vai analisar os problemas que esse descarte de vinhaça está trazendo para as propriedades rurais. A Cetesb, responsável pela fiscalização, diz que essa ação é legal, mas tem de ser controlado.
Segundo a Cetesb, a fiscalização é feita após uma reclamação porque a área é grande, sete ficais para 31 municípios. “O empossamento evidencia que no local foi usado muito fluente para o solo. Isso pode causar problemas no solo e também a possibilidade das moscas. Estamos planejando uma inspeção para regrar essa ação e encontrar irregularidades”, afirma o gerente da Cesteb de Araçatuba (SP), José Benites Oliveira.

Vistoria

Nesta quarta-feira (6), uma equipe da Secretaria da Agricultura do Estado fez uma vistoria nas plantações. Os técnicos vieram de várias cidades da região e fazem parte de uma comissão da secretaria para cuidar desse problema.
Os técnicos e médicos veterinários visitaram várias fazendas e conversaram com produtores e moradores. A mosca pode causar doenças no gado. “Anemia equina infecciosa, doença do carrapato e algumas outras doenças”, afirma o veterinário da Cati Bruno Roberto Pereira.
Os técnicos agora vão fazer um relatório com base em tudo que viram e ouviram dos produtores e moradores. A ideia é marcar uma reunião com representantes de Cetesb, usinas e Ministério Público para juntos possam tomar medidas para acabar com esse problema. “Propriedades estão sendo atacadas e produtores estão deixando a atividade, então isso é muito complicado”, afirma Sidney Martins, diretor técnico da Cati. Os técnicos devem apresentar o relatório na próxima semana.
 
Fonte: G1

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