Orientado pelas estrelas, besouro consegue ler sinais da Via Láctea

O inseto da espécie Scarabaeus satyrus é popularmente conhecido pela ingrata alcunha de “besouro rola-bosta”.  O nome sugestivo determina a função da espécie: encontrar fezes, agrupá-las em bolas com o dobro de seu próprio tamanho e rolar essas bolas até um lugar seguro. “Mas por que ele faz isso?”, você deve estar se perguntando nesse exato momento. A resposta é ainda mais bizarra: essas bolas servem como alimento para os demais insetos da espécie e são parte fundamental do processo de atração das fêmeas (já que é nas bolas de fezes que elas botam seus ovos).
Toda essa descrição a respeito do besouro rola-bosta e sua ingrata rotina ainda não deixam clara a ligação dessa praga com as estrelas. Mas essa relação existe: quanto mais rápido o inseto rolar sua bola de fezes, maiores as chances de conquistar a fêmea pretendida antes que um besouro mais veloz roube-a para si. A agilidade seria algo fácil, não fosse uma característica inerente à espécie: seus olhos primitivos que prejudicam fortemente sua visão. É aí que entram as estrelas.
Observando a espécie desde 1995 e intrigado com o fato dos besouros manterem a direção reta mesmo no escuro, o biólogo Eric Warrant, da Universidade de Lund, Suécia, fez um experimento e teve uma grande surpresa: os insetos se orientavam pelo conjunto de estrelas da Via Láctea. Cronometrando o tempo que os besouros levavam para rolar as bolas de fezes num campo de areia, Warrant descobriu que a lentidão dos bichinhos era a mesma quando estavam com os olhos cobertos e quando faziam o trajeto em noites nubladas (mesmo com os olhos abertos). Isso levou o pesquisador a perceber que o besouro se orientava por algo no céu. Daí para a Via Láctea foi um pulo: os bichos foram levados a um planetário para o teste final, onde o biólogo projetava diferentes conjuntos de estrelas. Quando a projeção mostrava a representação completa da Via Láctea, os besouros desempenhavam sua tarefa muito bem. E essa foi a conclusão de Warrant: “Isso comprova que os besouros não se orientam pela luz da Lua ou pela luz de estrelas específicas. Eles têm capacidade de detectar o conjunto que forma a Via Láctea, e é isso que os guia”.

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