Cupins são engenheiros fabulosos, capazes de construir cupinzeiros com mais de 10 metros de altura e 15 metros de largura em sua base.
Os cupinzeiros, em que calor e ar são regulados, criam e abrigam e gerações destes pequenos insetos altamente socializados.
Mas uma nova descoberta revela que essas estruturas são ainda mais impressionantes do que se pensava.
Na área de floresta de Miombo, na África central, cientistas descobriram um cupinzeiro abandonado de mais de 2.200 anos.
Isso faz dele a mais velha estrutura de cupins já encontrada – sem contar aqueles que viraram fósseis.
Outro cupinzeiro na região tem pelo menos 750 anos, o que confirma que encontrar um cupinzeiro tão antigo não é uma anomalia.
A descoberta sugere que os cupins usaram as mesmas estruturas por milênios.
Esses cupinzeiros foram construídos pela espécie de cupim Macrotermes falciger, em uma área na floresta de Miombo, na região de Katanga Superior, na República Democrática do Congo.
Liderados por Hans Erens, um grupo de pesquisadores da Universidade de Ghent, na Bélgica, e da Universidade de Lubumbashi, na República Democrática do Congo, conseguiu estabelecer a idade de quatro grandes cupinzeiros usando a técnica de datação por carbono-14.
O método mede a quantidade do isótopo de carbono 14 radioativo no solo que os cupins usaram para construir suas casas. A proporção do isótopo presente em relação ao carbono normal reflete com precisão a idade da estrutura.
Os pesquisadores usaram amostras do eixo vertical de cada cupinzeiro.
Dentre os quatro cupinzeiros testados, dois estavam ativos, com cupins residindo na parte de cima da estrutura, e dois estavam abandonados. Em cada uma das categorias, eles delimitaram um cupinzeiro menor, com menos de 3,5 metros de altura, e um maior, de 6 metros.
No cupinzeiro abandonado maior, a idade da terra usada para a estrutura aumentava à medida que se aproximava do solo. A base do cupinzeiro tinha entre 2335 a 2119 anos de idade.
O cupinzeiro abandonado menor apresentou um perfil semelhante, com a base com idade entre 796 e 684 anos.
Os cupinzeiros ativos eram mais modernos, mas o maior deles havia sido construído em cima de um cupinzeiro mais antigo, com idade entre 766 a 675 anos, confirmando que cupins constroem casas novas por cima de cupinzeiros antigos por séculos.
Acredita-se que o cupinzeiro de entre 2335 e 2119 anos havia sido abandonado há vários séculos. Mas o estudo revelou que os cupins o usaram de forma constante entre 800 e 500 anos atrás, durante uma época particularmente quente na região.
Seu uso há 2.200 anos, e depois durante os séculos 12 e 15, também reforça a premissa de que os cupins usam os mesmos locais para construir suas casas por milênios.
“Essas idades devem ser interpretadas como estimativas mínimas”, dizem os pesquisadores. “Alguns dos cupinzeiros são muito mais velhos do que se estimava antes.”
Já houve alegações anteriores de cupinzeiros de 4000 mil anos encontrados na África do Sul – e de que os cupins teriam sido os criadores das estruturas geológicas conhecidas no país como heuweltjies.
Mas recentemente surgiram provas de que essas estruturas foram criadas por erosão do solo.
Fonte: BBC